quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Morte...

A morte é um assunto que não sai da cabeça de todos nós.
Há pouco tempo uma senhora, nos seus 64 anos, falou-me do seu marido. Após eu perguntar-lhe:
"Como ele está?", e ela respondeu que ele estava viajando!
Eu sabia que ele tinha uma doença muito grave, e que se encontrava no hospital.
Após alguns minutos, vendo a minha cara de espanto, ela explicou melhor:
“Ele está relembrando os amigos, as viagens que fez, quando ele trabalhava. Passa o dia inteiro relembrando o tempo da sua vida."
 Fiquei sem ação, primeiro, por não ter percebido logo o que ela quis dizer, segundo, ela contou de um jeito tão despreocupado, tão calmo…
Acho que ela já está conformada por ele estar se preparando para sua última viagem, de volta ao tempo em que ele era um jovem.
Fiquei pensando muito sobre isso.
A morte sempre desconcerta a gente. Ficamos meio sem ação. Pelo menos eu fico. Fico pensando em quanto a morte realmente se parece uma última viagem. E sabe, mesmo sendo triste, acho meio poético que ele esteja partindo desse jeito. Pelo menos ela falou que ele parece realmente feliz.
Afinal tudo isso é ainda um mistério para nós que ainda não estamos fazendo a nossa própria viagem.



Eu tenho um segredo para contar ao nada, os dias vão passando, a escuridão vai assumindo o seu devido posto dentro de mim, o meu ódio por tudo aumenta, minha vontade de andar com meus pés, para apenas olhar para frente é mais forte...
Eu sobrevivo a todos esses anos apenas parado e pensando, em coisas que realmente imagino que ninguém daria menor valor, lá num canto estou eu emburrada, pensativa, talvez ignorante e indisponivel para todos...
Esta sou eu, que não quero ser aceito ou observada por algo.
E quem aceitaria?
Ninguém...
Todos os humanos, são egoístas, observam tudo que está antes do seu próprio umbigo...
Depois continuam com aquela velha história falsa de arrependimento, buscam-se redimir apenas para aumentar sua própria auto-estima...
O tempo passa, mas eu sempres estarei lá a observar e a escrever, para um dia contar ao nada e por fim morrer....
Tentamos estender as mãos, para bons fins e por final nos cortam elas, não temos saída, a não ser odiar-se uns aos outros, acabar com esse mundo ingênuo...

A morte por vezes é silenciosa...mas agradável.

Fipa