Está um novo ano à porta e que podemos sempre aproveitar para fazer aquilo que andámos a adiar tanto tempo, ou que nunca tivemos coragem de fazer, ou que simplesmente nunca nos lembrámos de fazer.
Em Janeiro de 2010, eu disse que este ia ser o meu ano. Na verdade, até foi. Poderei já ter pensado que houve momentos que eu preferia que tivessem corrido de maneira diferente, ou que preferia não ter chorado tanto e ter tido tantas saudades, ou não ter tido as crises que tive. Mas, no final, olhando para trás, o balanço não é tão mau como isso. É certo que falhei comigo mesma, deixei-me mal e talvez tenha deixado mal outros, ao desistir de mim, desistir de manter a mudança que me estava a tornar numa pessoa melhor, e bem me lembro como me senti mal por isso. Algures no meio do ano e no fim do mesmo deixei-me andar. Ou pura e simplesmente arrastar. Não fiz o que devia ter feito, não me esforcei, perdi tempo inutilmente, fechei os olhos à razão e portei-me como uma criança.
Os últimos quatro meses não foram os melhores. Tive um dos piores momentos da minha vida até hoje, chorei muito, sofri, agonizei, durante semanas senti um buraco onde devia estar o peito, conheci pessoas com quem não queria estar, tornei-me mais calada, deixei de rir durante muito tempo e pouco sorri. Mas também descobri muitas pessoas que me levantaram a moral, que me acolheram, que me fizeram voltar a sorrir. Ver que nem tudo é mau, que a vida continua e que é preciso sofrer para vencer. As amizades verdadeiras por vezes trama-nos e ficamos abismados com a suposta "falsidade" que envolve o ser humano. Muitas mudam do dia para a noite. Pessoas com quem partilhamos muitos momentos e depois não retribuem e ainda nos ignoram. O pior de tudo...uma pessoa em especial que me magoou mais que outras, que psicologicamente me rasgou parte do meu coração. Há mil e uma razaões para se discutir. E a falta que nos invade a mente é comparada á falte de ar, que nos invade os pulmões, a necessidade de respirar ar puro. Mas tudo na vida tem um objectivo...
Andando para trás, tive um bom Verão. Sim, chorei umas quantas vezes, por antecipação. Tomei decisões, voltei atrás e tomei novas decisões. Contrariei a minha mãe, voltei a chorar, mas finquei o pé. Escolhi o meu caminho, tracei o meu rumo, rumo esse que se revelou o melhor, o que me faz feliz.
Depois, o melhor do ano. A pessoa que me põe um sorriso na cara, que me enche o coração, a pessoa com quem quero passar o resto dos meus dias. A pessoa que amo. Foi o ano em que a casa foi um objectivo a realizar. Apesar de zangas, choros...o amor vence barreiras.
É o que mais marca de todos os 365 dias. Isso e as saudades. Tantas, durante tanto tempo. De amigos que não voltam, de amigos que ainda cá estão, de momentos passados, da simplicidade, de gargalhadas, da pessoa que amo, de anos inteiros... Saudades que faziam chorar, saudades que doeram.
Depois de tudo, foi o meu ano, sim. Dificilmente afirmo com todas as certezas que o próximo será muito melhor, mas quero fazer um esforço para que o seja.
Mas, para isso, tenho de mudar. Tenho de interiorizar que "não é o tempo que tem de fazer alguma coisa, somos nós". Tenho de arranjar uma grande dose de força de vontade, calar todas as minhas vozes, contrariar-me em todos os sentidos e crescer.
Tenho de levantar a cabeça e arregaçar as mangas. Tenho de concentrar-me nos meus objectivos e bloquear o resto. Tenho de ser uma lutadora e, mais ainda, uma vencedora.
Eu vou mudar...
Fipa